Um amigo falava de mim para outro, como seu eu não estivesse entre eles. Contava como eu era, que costumava discutir sobre futebol, falar besteiras e por fim me sentenciou: “para você ver o que um namorado não faz com a pessoa”.
Não quero nem entrar no mérito do que sejam assuntos de meninos e assuntos de meninas, eu nunca parei para fazer nenhuma divisão. Sempre gostei, falei e fiz o que tinha vontade. Mas será que um namoro me tornou uma verdadeira menina?
Já me afundei até perder o último suspiro do que havia de autêntico em mim. O caminho de volta é doloroso e infinitamente longo. Eu não estaria cometendo o mesmo erro depois de outros tantos.
Talvez seja apenas os 30 se aproximando, os cabelos brancos ou a preguiça que toma conta da minha vida sedentária. Só sei que no aconchego do meu maravilhoso sofá eu dormi enquanto o São Paulo encarava o Atlético Mineiro por algum campeonato que eu não sei e com uma escalação que eu também não sei.